Por Marcelo Oxley
Jornalista
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Quando você acredita que o seu futuro acadêmico deve passar pela Faculdade de Comunicação, precisa crer em boa parte do que seus professores e mentores dizem: "em qualquer área de nossa atuação, a imparcialidade deve ser a nossa bíblia". Mesmo assim, você precisa ter uma opinião. Porém, há um momento certo, mais oportuno - ossos do ofício.

O que uma grande empresa de comunicação do País tem feito com o seu jornalismo é surreal. Não estou comentando sobre a vibração de sua Redação quando venceu as eleições o candidato Lula (PT) ou da maneira pueril, covarde, em conduzir uma eleição tão polarizada. Falo do pós-eleição, do futuro da comunicação e dos milhares de profissionais que tomam como base suas teorias. Se a tal emissora disser que a partir de janeiro o Sol é marrom, preparem-se, o Sol não será mais amarelo.

Não somos mais sabedores por onde anda a outra parte do Brasil. Não tenho mais informações do passado corrupto que o País atravessou há pouco mais de quatro anos. Me parece que tudo foi deletado, arquivado e que os processos de corrupção, os quais foram o combustível por ainda acreditarmos no Brasil, foram queimados, esquecidos na forma mais insana que há.

Por aqui, quem deveria ser imparcial, não é. Quem deveria cuidar de assuntos relacionados à política e seus políticos, está cada vez mais censurando no famoso "canetaço" e deixando clara sua opção partidária. A repressão apresentada nesses últimos meses, nos deixa com medo. O palhaço passou a ser o circo inteiro.

Eles estão mais alinhados do que nunca, coerentes no próprio propósito. Fazem vistas grossas aos fatos, relevando ao máximo situações claras de equívocos. Circunstâncias que têm apenas uma única finalidade: a política e suas "beirinhas".

Xingar Gilberto Gil não foi elegante e a triste cena foi apresentada nos mais pomposos programas de televisão. Mas não tivemos essa envergadura noticiosa com os apedrejamentos em Cássia Kis, Regina Duarte e Neymar. Por qual motivo? Há fatos de todos os lados e os mesmos deveriam ser apresentados com caráter jornalístico.

Lamentavelmente, essa mais "nova" mídia censura covardemente materiais informativos reais. Empurra os nossos mais latejantes princípios de comunicadores. Ferem qualquer tipo de estatuto. Mas, para mim, estão agredindo o que ainda temos de mais sagrado: índole!

Tenho medo de dizer aos meus filhos que ser corrupto é errado, pois não é o que veem diariamente. Tenho medo de dizer-lhes que o crime não compensa. Agora querem nos entalar o "pacote da democracia", que nada mais é do que você não poder mais expressar que roubo é roubo, corrupção é corrupção e que o errado está errado. É o maior "cale sua boca e aceite" dos últimos tempos. Tenho medo que imaginem que se levarem um processo, o mesmo pode ser extinto em algumas horas, no "fio do bigode". Ora, qual o poder de um processo num País corrupto e que as leis não valem nada? Tenho medo de dizer-lhes que não poderão se expressar em suas redes sociais, pois podem pagar caro por isso. Existem "Xandões" de olhos e ouvidos bem abertos. Aliás, até podem, desde que sejam cordeirinhos alienados. Tenho medo de falar-lhes sobre a cleptocracia e que o seu maior exemplo está no solo onde nasceram. Hoje os que defendem os cleptocratas são os mesmos que um dia os puniram.

Os meus medos são reais e particularmente existem dois que não me deixam dormir: o comunismo e socialismo. Ah, sim, eles maltratam por onde passam e não gostaria que os meu filhos tivessem esse desgosto. Resgato dois exemplos: Fábio Porchat degustando um saboroso bife com lascas de ouro e Emicida com o seu terno de alguns mil reais. Eles não estão errados, mas o que falam não é o que fazem. Há muita hipocrisia principalmente quando detonam o capitalismo e pedem por um País mais justo. Como na regra desses dois sistemas, o comunismo e o socialismo são bons, mas não para mim, para os outros. Estou cansado de ver pessoas que levantam essa triste bandeiras em suas redes sociais, mas na prática são como esses dois cidadãos.

Tenho medo!